segunda-feira, 26 de agosto de 2013

A arte de Nicoló Paganini

Caríssimos parceiros de ideias e ideais. Nos estertores do mês do folclore e ainda usufruindo sua magia lembrei-me de um ícone. A arte de Nicoló Paganini ultrapassou os limites humanos para tornar-se uma lenda.

Nicoló Paganini  nasceu em Gênova aos 27 dias de outubro de 1782, morreu em Nice aos 27 dias de Maio de 1840, com 58 anos. O mais reverenciado e célebre violinista de todos os tempos tinha talento inigualável ao qual aliava a capacidade de representar improvisando. Assim, para aumentar a expectativa do público retardava sua entrada até a audiência atingir o paroxismo de sua expectativa e ansiedade. Entre seus artifícios o mais célebre foi aparecer com três (3) das quatro cordas do violino soltas para, nessas condições, executar com raro brilho uma peça em uma corda só! Tinha também o cuidado de cultivar seu mistério não permitindo a publicação das músicas que tocava tendo ainda o cuidado de levá-las embora junto com as partes orquestrais. Sua genialidade foi preconizada na avaliação feita pelos professores Rolla e Ghiretti: essa criança não precisa aprender nada! A hereditariedade balizou sua trajetória na música com a ascendência do pai músico e bandolinista. O prodígio estreou aos nove (9) anos com sucesso retumbante. As primeiras turnês aconteceram com quinze anos (1797) na Itália e nas cidades próximas e sempre com enorme sucesso. Paganini, personagem fulgurante e sensual, dos 16 aos 23 anos (1798 a 1805) interrompeu a carreira atraído pelo jogo e pelas mulheres. Nesse período dedicou-se à guitarra. Paganini teve que vender até seu violino para pagar dívidas de jogo. Felizmente em Livorno ganhou de um melômano francês um magnífico Guarnieri, seu violino preferido. Sua aparência e estilo de vida formaram um pacote complementar. Alto, elegante, esguio, de traços fortes e marcantes, cabelos longos encaracolados, teve sua aparência minada pela sífilis que lhe deu uma palidez doentia. De estupenda habilidade deu ao violino uma virtuosidade inigualável que arrebatou a Europa em triunfais turnês entre 1828 e 1834, dos 46 até 52 anos. Não apenas o público mas músicos, intelectuais e críticos caíram aos seus pés. O Times escreveu depois de sua apresentação em Londres em 1831: Além de ser o maior intérprete que já existiu nesse instrumento ele forma uma classe por si mesmo. A cada apresentação aumenta a convicção de que Paganini é o maior instrumentista que o mundo já conheceu! Foi retratado em desenho, pintura e escultura. Acumulou uma fortuna imensa, parte da qual investida em sua propriedade Vila Gaiona nos arredores de Parma. Respeitado e relembrado por todos os violinistas do mundo Nicoló Paganini foi incomparável no seu virtuosismo inovador. Graças a Paganini a técnica do violino teve um enorme impulso e sua obra apresenta dificuldades como a execução em cordas duplas, original técnica de arco no staccato volante, ricochete, associação do arco com  os pizzicati da mão esquerda, mudança de afinação ou scorvatura, emprego generalizado dos sons harmônicos e não mais apenas nas cordas soltas. Inovador ousado e competente tornou-se um vanguardeiro inspirador de seus contemporâneos. Franz Liszt aos doze (12) anos assistiu Paganini em Paris em 1824 e custou a recuperar a noção de seu próprio valor.
 Mário Jequibau Albanese.
Aprender e Ensinar
Mário Jequibau Albanese

A  idade produtiva do ser humano depende diretamente do seu interesse de aprender e ensinar. A criatividade surge quando estimulada pelo desejo intenso de conhecer, pela experimentação, pela indução e pelo trabalho. No que me concerne, reafirmo que a música brota de processos abstratos e se materializa com a escrita e seu aspecto metafórico. Em um cenário artístico de puro comércio a hipervalorização popularesca vulgarizou a música. Outsider desse expediente e agindo como um intruso consolidei o significado do Jequibau ao longo de quarenta e oito anos de perseverante difusão. Jequibau não ficou parado no tempo e comprova que a vida sob medida é vida com ritmo! Acredito que  a música instrumental se impõe e se diferencia da cantada pelo impacto de atingir o cérebro de cada ouvinte de maneira diferente. Assim, não há pluralismo possível quando a reação emotiva é pessoal e privativa de cada ouvinte.
O pensamento cria, o desejo atrai e a fé no trabalho realiza!
Com particular consideração e amizade,
Mário Jequibau Albanese.

Nenhum comentário:

Postar um comentário