quarta-feira, 24 de outubro de 2012

O FASCÍNIO DA VOZ

Há que se reconhecer que a voz foi e é nosso primeiro instrumento musical. No princípio era o Verbo, frase inicial do Evangelho de São João que reafirma subjetivamente a importância da fala e do canto, a mais primitiva modalidade de música. O homem buscou fugir da realidade usando disfarces que germinaram o teatro cantado, uma reunião de diversas vozes, interpretando melodias populares fáceis, revestidas de alguma encenação. A relação entre a palavra e a música é ambígua porque ambas são importantes ao mesmo tempo. A palavra é objetiva e produz o desenho, enquanto a música lhe dá vida com imaginação e a cor ideal. Assim e na esteira desse raciocínio é possível entender que a finalidade da música é pintar. Ora, a diferença é essencial entre os objetos e os sons. Pintar com sons é diferente de criar um enunciado com as palavras certas. Pinturas musicais próximas da realidade ocorrem quando a frase musical exprime um sentimento e traduz o pensamento do seu autor. Enquanto o poeta pensa com as palavras, o músico pensa com os sons. Pontos de referência, analogias entre a música e o mundo real se concentram no título dado pelo compositor que, não raras vezes, prefere utilizar Opus 1, 2, 3 etc. Cada qual ama a música a seu modo e de acordo com os seus sentidos. Conforme assinala Joseph Ingenieros, há pessoas que sofrem de amusia, incapacidade de produzir e apreciar os sons musicais. São também chamados de amúsicos, têm idiotia musical por inapetência, não têm gosto pela música. Napoleão, Zola, Anatole France, entre outros, figuram como exemplos clássicos da surdez tonal. O pensamento cria, o desejo atrai e a fé no trabalho realiza. Com particular consideração e amizade, Mário Jequibau Albanese.

Vem aí o "ENCONTRO DAS ARTES"
Cleide de Angelis - Artes Plásticas, Mário Albanese - Música e Luzia Helena - Literatura
 

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