terça-feira, 3 de julho de 2012

Maestro Eleazar de Carvalho - Um dos mentores do Festival de Inverno de Campos do Jordão

Eleazar de Carvalho está ao centro, terno escuro, sorriso descontraído. Ao seu lado, um grupo aprumado de jovens alunos. O cenário é Tanglewood, casa do festival de verão da Sinfônica de Boston – e, entre os estudantes, em início de carreira, estão Zubin Mehta e Claudio Abbado, que se tornariam dois símbolos da arte da regência nas últimas décadas. Se uma imagem vale mesmo por mil palavras, a foto, do começo dos anos 50, é um discurso contundente a respeito da importância do maestro brasileiro no cenário musical da segunda metade do século 20 – assim como cerca de 30 gravações inéditas, feitas na Europa e nos Estados Unidos, às quais o Estado teve acesso exclusivo.
Nascido em Iguatu, a 300 quilômetros de Fortaleza, Eleazar de Carvalho foi o maestro brasileiro de mais representativa carreira internacional. Regeu 43 orquestras na Europa, 18 nos Estados Unidos – entre elas as filarmônicas de Viena, Berlim e Nova York, além das sinfônicas de Boston, Londres e Paris. Deu aulas, além de Tanglewood, na Julliard School e na Universidade de Yale. No Brasil, dirigiu a Osesp, a Sinfônica Brasileira, as orquestras do Recife, de Porto Alegre e da Paraíba e o Festival de Inverno de Campos do Jordão.
Em 2012, mais precisamente no dia 28 de julho, completam-se 100 anos de seu nascimento. As homenagens, até agora, têm sido discretas. Osesp, OSB e Filarmônica de Minas Gerais programaram concertos comemorativos, regidos por alguns de seus alunos. E, em seu site, a fundação que leva seu nome confirma para julho o festival realizado anualmente em Fortaleza, em sua homenagem. Vivo na memória de quem trabalhou com ele ou o viu em ação, porém, o legado do maestro, que morreu em setembro de 1996, continua desconhecido das novas gerações.
FONTE: ESTADO DE SÃO PAULO

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