sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Analogia - O carnaval e a mitologia - Coreomania ou Loucura Dançante

Na Idade Média a música, na sua ação sobre o comportamento das pessoas e ao influxo do fanatismo religioso, motivou epidemias de dança em que centenas de fiéis faziam movimentos desordenados até caírem por exaustão. No século dezesseis (1500) recrudesceram as epidemias de dança em surtos periódicos. A Europa foi devastada pela Peste Bubônica e também pela coreomania, compulsão pela dança. A mania de dançar intensificou-se nas populações deprimidas diante das mortes inevitáveis. Acreditava-se que as vítimas da coreomania estavam  possuídas pelo demônio e somente seriam salvas com o exorcismo dos sacerdotes.  São Vito foi o santo escolhido como patrono da salvação.  Com isso em mente a Dança de São Vito, de tão alienada e endoidecida, motivou a crença de que curaria os doentes com o fenômeno da sugestão.
Na Itália admitiu-se que a coreomania seria causada pela picada da tarântula, aranha cujo veneno determinaria a loucura dançante. Assim, a coreomania virou tarantela, música viva e energizante. Acredita-se que pela sudorese e pela fadiga o veneno da tarântula seria eliminado. Muitos se faziam passar por doentes só para dançar à vontade!

Por trezentos (300) anos os italianos confiaram nas virtudes curativas da tarantela.
Atualmente se sabe que a tarântula é inofensiva.
Música: Dádiva dos Deuses à Humanidade.
Nos textos mitológicos a Musa Euterpe preside a prática da Música no Universo.
Um Egipã, divindade campestre com chifres, pés e cauda de cabra, inventa a trombeta. Orfeu com a lira revoluciona a natureza. Pan inventa a flauta.  Anfião com sua música constrói Tebas e o Deus Momo se entrega à toda sorte de prazeres com música.
Flauta de Pan
Pan, Deus das Florestas, personificava a Natureza.  Era meio homem e meio animal, com pernas e chifres de bode. Pan amava a ninfa Sirinx, divindade jovem e formosa dos rios e bosques que,  amedrontada, fugia quando o encontrava. No desespero e para livrar-se dele pediu à Deusa Terra que a salvasse e, assim, foi transformada em caniços. Pan, triste e desalentado, suspirou e, com o seu sopro, os caniços produziram sons. Emocionado, juntou os caniços e inventou a Flauta de Pan.
Movimento é Vida!
Na música é o movimento que fixa a duração dos sons. O movimento contínuo e regrado do pêndulo do relógio caracteriza o ritmo. O movimento do corpo, das mãos e dos pés na dança, define o andamento. O movimento das mãos de um regente determina a dinâmica sonora da orquestra.
Spazio Cultural


Mário Jequibau Albanese.

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